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Planos para 2024

O último episódio do podcast foi em 2022. Eu estava de mudança de cidade, de mudança de emprego, tinha adotado minha cachorra, e a vida estava corrida. Não menos importante, em 2022 eu iniciei o doutorado. E foi justamente por causa do doutorado que a ideia do podcast nasceu, e exatamente por causa dele que eu não continuei com novos episódios. Doutorado é realmente muito trabalho, exige bastante tempo de leitura acadêmica… Mas pisquei os olhos e estamos em 2024. Não percebi meu último ano passar, de tamanha correria. A parte boa foi ter tirado uma licença do trabalho para passar seis meses na Alemanha estudando. Um sonho pra qualquer estudante de pós-graduação! Desde dezembro do ano passado estou morando em Bielefeld, cidade no estado Nordrhein-Westfallen.

Passei o Natal, a virada do ano novo e meu aniversário neste país, na época mais gelada deste continente, mas tem sido ótimo. Da WG onde moro (no bairro de Bethel) até a universidade são cerca de 30 minutos de bonde (que descobri que não é chamado aqui de Tram como em Leipzig, mas de Straßenbahn como aprendemos nos livros didáticos). Pego quase todos os dias duas linhas de bonde: a linha 1 na esquina de casa até a Rathaus, de onde faço baldeação com a linha 4. Por estar matriculada como aluna regular (embora seja aluna visitante), tive que pagar cerca de 280 euros pelo semestre, o Semesterbeitrag, e tenho dinheiro a me locomover livremente sem taxas extras. Eu fico sempre estarrecida como é mais cômodo ser estudante aqui, então dou sempre muito valor aos meus anos de universidade pública brasileira. A melhor parte pra mim é o bandejão e a biblioteca.

A melhor parte do meu 2024 foi poder finalmente conhecer a Suíça. Dos três países que falam alemão como língua oficial, eu conhecia apenas dois deles. Alemanha e Áustria. Pude enfim conhecer o terceiro – e preciso dizer, o mais caro – país falando de alemão e consegui, inclusive registrar alguns helvetismos que vi pelas ruas. Fui para Basel, a cidade considerada como a capital da cultura suíça. Todos lá falam e entendem Hochdeutsch (alemão padrão), mas ouvi bastante do alemão suíço, mesmo não entendendo muita coisa. O sotaque, a melodia, e até a escrita são bem características. O mais incrível é pensar que conheci o alemão suíço de Basel. Porque na prática existem vários alemãos suíços, como o Bern ou de Zürich. Outra coisa que me chamou atenção é que quase não há imigrantes do sul global. Poucas pessoas negras, quase nenhuma pessoa em situação de rua. Os mesmos livros que em Bielefeld comprei por 10 euros, lá custavam 15 francos (equivalente a cerca de 17 euros).

Em resumo, a experiência tem sido interessante porque sempre acabo comparando Leipzig (ou seja, o leste da Alemanha, a parte oriental e ex-DDR) com o oeste (parte mais rica, ocidental e mais capitalista). As pessoas aqui são mais simpáticas, ao mesmo tempo que há demonstrações contra racismo tanto lá quanto aqui. As duas cidades têm por volta da mesma quantidade de habitantes, mas mentalidades diferentes. Enquanto bolsista da CAPES, ficarei na Alemanha até junho, sob orientação da professora Claudia Riemer. Pretendo conhecer algumas cidades vizinhas, como Münster e Hannover, assim que a Deutsche Bahn encerrar o ciclo de greves. Descobri por um seguidor do podcast o apelido “Delay Bahn” e me lembrei de como tive que correr com a minha mala de 20 quilos pra não perder o trem. As dores e os sabores de uma vivência na Alemanha. Feliz 2024 pra quem ainda me acompanha, o podcast volta em breve!

Para ler mais:

Calendário 2021 – Pdf

O ano já começou, mas eu não podia deixar de atualizar o blog com um projeto que eu tenho em mente faz alguns meses: disponibilizar um calendário pra...

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